Para reflexão, o blog publica hoje o texto da amiga Linei Pereira, estudante do curso de Geografia da UFS. Leiam, Discordem. Comentem!
O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março de cada ano é destinado à discussão sobre os diversos temas relacionados a este importante bem natural. O objetivo desta data deve estar voltado à reflexão, análise e conscientização no dia-a-dia para o USO CIDADÃO dessa fonte milagrosa.
Segundo a Declaração Universal dos Direitos da Água, a água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos. Dado o exposto, podemos notar que há uma forte relação entre os temas “água” e “cidadania”.
No Brasil, ainda existem pessoas que não possuem acesso a água potável. O Brasil possui cerca de 15% dos recursos hídricos disponíveis no mundo, entretanto, o volume de água disponível para consumo humano é de cerca de 3%, o que torna ainda mais essencial a necessidade de uma gestão eficiente dos recursos hídricos.
O grande vilão destes tempos é o desperdício. Metade da água distribuída no mundo inteiro é desperdiçada. Para que seja produzido um quilo de carne bovina, são gastos 15 mil litros de água; para um quilo de vegetais, mil e 300 litros. Um ovo nos custaria mais de mil litros; ressalta o teólogo, filósofo e ecologista Leonardo Boff. O maior desperdício vem da má utilização, distribuição irregular e poluição. A destruição da cobertura vegetal altera radicalmente a distribuição dos reservatórios. A falta das matas ciliares permite que as águas escorram em velocidade inconveniente para os cursos principais, provocando assoreamentos e não raramente enchentes no período de chuvas e escassez no período de secas.
Acabamos por esquecer que a vida só se tornou perceptível após o aparecimento da água no planeta. A água sempre esteve acoplada ao desenvolvimento das civilizações. A título de ilustração, podemos observar a história da capital do nosso estado, Aracaju, que até então era chamada de “Povoado de Santo Antonio do Aracaju”. Este povoado foi elevado à categoria de cidade e recebeu o título de capital da Província de Sergipe Del Rey, graças a sua localização praiana, perto da Foz do Rio Sergipe.
Sem água de boa qualidade não existe futuro para os núcleos sociais, sejam eles rurais ou urbanos. Não é possível argumentar sobre qualidade de vida quando os recursos hídricos estão comprometidos. Se quisermos projetar um futuro melhor para essa e para as próximas gerações, precisamos necessariamente priorizar o tema “água” — no contexto social, econômico e político.
O Rio São Francisco, tão grande e imponente em tempos passados, pede socorro pelo descaso e maus tratos sofridos, pela degradação humana, não podemos nos calar e esperar que essa nossa riqueza natural vire apenas mais uma parte da nossa história, precisamos conscientizar as gerações quanto a necessidade de preservação, fazendo com que possamos ver esse nosso formoso rio cada dia mais forte e volte a ser a fonte de renda que todos os sergipanos, principalmente os ribeirinhos tanto precisam.
Sendo a água um elemento fundamental para a sustentação da qualidade de vida, seja numa pequena comunidade ou numa metrópole, e considerando que o ser humano é o principal responsável pela degradação dos recursos hídricos do planeta. Saber cuidar da nossa água é uma atitude cidadã. É essencial que saibamos CONSTRUIR JUNTOS uma consciência de valorização deste bem tão precioso: a “água nossa de cada dia”.
Linei Pereira
Estudante de Geografia pela Universidade Federal de Sergipe
Maruim - Sergipe
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