quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O incentivo à educação X A má vontade do Brasileiro







Resolvi começar a minha introdução no blog com um tema que acho pertinente a todos nós, independente de visão político-partidária ou com maior ou menor grau de instrução. É fato, o Brasil nos últimos anos vem estimulando de forma até bem positiva a oferta de cursos para a grande maioria dos Brasileiros e aos poucos estamos colhendo resultados dessa iniciativa.
Segundo dados recentemente divulgados, o investimento em educação pulou de 10% para quase 17%, nos últimos 10 anos: um dado positivo, mas ainda aquém de diversas outras nações. Porém, ainda que não o ideal o investimento não venha sendo deixado de lado ainda que diversas outras políticas públicas não melhorem significativamente a educação em si.
Problemas como os do encontrado com o REUNI evidenciam que o projeto de expansão como um acordo hierárquico entre as instituições públicas que aceitassem receberiam investimentos e se não aceitassem poderiam ser punidas, pôs em cartaz o aparente limbo que existe entre o projeto educacional maniqueísta pensado pelos governantes e a realidade da pesquisa no país por dentro das instituições federais de ensino, onde o sucateamento e a expansão são realidades por vezes recorrentes em boa parte das universidades país afora.
Mas será que o problema da educação realmente está na forma como o governo assume as políticas públicas na área da educação? A meu ver, não isento de responsabilidade o governo, mas com certeza falta compromisso do povo Brasileiro em arregaçar as mangas e ir atrás de opções que possam melhorar o seu desempenho e projetar empregos melhores no futuro. Não é de hoje que vemos empresas que investem pesado na capacitação de seus funcionários e programas de aprendizagem em diversas instituições, mas, com tudo isso, mesmo estes funcionários gozam dessa possibilidade? 
Em conversa com um amigo meu, daí de Sergipe, na empresa em que trabalho, disponibiliza educação para os quase 100 funcionários para as obras da construtora. Mas dos quase 80 que se inscreveram no inicio do ano, hoje restam menos de 30. O que é pior foram deixando o curso por aparente comodismo.
Essa é uma realidade não isolada no Nordeste, encontramos exemplo disto no país inteiro, hoje, mesmo aqui no RS onde resido há quase um ano, encontramos diversas pessoas que por mais que haja oportunidade não aproveitam. Mais recentemente, estou eu mesmo fazendo um curso de design gráfico oferecido em uma parceria entre a prefeitura municipal e o SENAC a fim de capacitação profissional. Detalhe? Fui pesquisar o mesmo curso em Aracaju e para ter o mesmo número de hora/aula que estou tendo eu teria que desembolsar mais de R$ 1300 reais (mesmo no SENAC local).
Pois bem, esse curso que faço é gratuito. Estudo numa sala com computadores modernos, numa sala confortável com ar-condicionado e conforto, com toda a infraestrutura necessária para possibilitar o aprendizado. Além de ter me inscrito no programa da prefeitura conto também com auxílios como vale transporte (para os que mora longe da escola e ainda auxílio alimentação) Ou seja, além de não pagar, sou pago para comparecer as aulas.
Mesmo assim, o número de inscritos no curso é baixo e a procura bem reduzida. Isso acaba me frustrando como Brasileiro, pois, é muito complicado ver oportunidades como esta mesmo em que você pode ganhar conhecimento e iniciar uma carreira profissional ganhando bem mais que um salário mínimo em que muitos diplomados atualmente ganham.
Infelizmente, começo mesmo a achar que o problema maior da educação no Brasil é o Brasileiro.



Rafael Gomes