“O PT foi o partido mais vitorioso porque nós fomos o mais votado no primeiro turno. O PT é o Partido que governará através dos municípios a maior quantidade de brasileiros a partir de janeiro”, por Arlindo Chinaglia, em http://ht.ly/eZ2Gy .
“O crescimento modesto do PT, mesmo contando São Paulo, onde usaram durante a campanha antigos costumes da política brasileira, como o loteamento de cargos federais (Maluf e Marta Suplicy), tornou mais distante o sonho lulopetista.” por Alberto Goldman, em http://goo.gl/aOpuU .
Duas declarações, apontando vitórias de peso, para partidos em situações opostas. Ambos estão certos, apesar de parecer contraditório: o PT teve mesmo crescimento nas prefeituras e no número de vereadores. Em alguns lugares, quebrou verdadeiros processos hegemônicos.
Mas o crescimento do seu oposto, o PSDB, barrou parcialmente os avanços petistas em redutos importantes. Além disso, se contabilizadas somente as cidades com mais de 200 mil habitantes, o PT perdeu algum espaço. E isso sem considerar os avanços do PSB e algumas rupturas de alianças nacionais, no âmbito local, como no caso do próprio PSB em Fortaleza, que segue aliado nacionalmente, mas rompe no âmbito local.
Contudo, o desempenho do PT em tradicionais redutos tucanos pelo estado de São Paulo, deu um fôlego extra, mesmo em casos onde não houve vitória. O partido passou a marcar posição e agora, prepara o terreno para governar o estado paulista. O próprio Chinaglia, na entrevista onde foi pinçada a fala do topo do texto, afirma isso: o partido vem fortalecido para uma disputa ao Palácio dos Bandeirantes.
Goldberg, porém, também tem o que comemorar. O segundo turno foi generoso para o PSDB e para seus aliados, dando a um deles (PPS) a cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, além das vitórias do DEM, em Aracaju e Salvador. De certa forma, o PSDB evita um processo de enterro da oposição, mas terá de seguir a orientação de FHC e renovar o partido, gerando militância ativa, de rua. Tal processo deve ser definido em breve, já que Sérgio Guerra encontra-se debilitado. Segundo o blog do Josias de Souza (http://goo.gl/kopgA) , o PSDB tem se preocupado com o estado de saúde de Guerra, a ponto de tentar acelerar o processo de renovação. O próprio Goldman não parece estar disposto a continuar conduzindo a legenda até maio de 2013, data das eleições internas. Mas, aparentemente, não parece haver nomes fortes para promover a renovação da sigla partidária, como anseia FHC.
O PT, por sua vez, será conduzido a uma reformulação da sigla, após a condenação de importantes figuras de sua estrutura no julgamento do Mensalão, pelo STF. E as mudanças começam a acontecer, com plenárias, discussões e debates internos pelo país. Com as alterações definidas no quadro geral de prefeituras, o partido deve sofrer mudanças internas em 2013, visando ampliar os quadros nos planos federal e estaduais em 2014.
Em suma, não importa se é tucano ou petista, vem reforma por aí.
George Lemos