terça-feira, 4 de junho de 2013

 Krav Magá completa 3 anos em Aracaju

     Em meados de 1940, nasceu o Krav Magá pelas mãos de Imi Lichtenfeld em Israel, pouco antes de sua independência. Tendo como berço os movimentos de resistência de judeus da Europa durante a 2ª Guerra, se desenvolveu e amadureceu em Israel, sendo utilizado pelos grupos de defesa que ali existiam e, com a independência do Estado em 1948, tornou-se a filosofia de defesa adotada pelo Tzahal, serviço militar israelense, polícia e serviço secreto. No início era restrito apenas à elite militar, mas a partir de 1964 foi liberado o ensino aos militares em geral e à população civil dentro do Estado de Israel.
E foi neste momento que seu criador, com a preocupação de dar continuidade à sua obra transmitindo-a para o resto do mundo e para as próximas gerações, selecionou um pequeno grupo que seria treinado e preparado para este fim, do qual o Mestre Kobi é parte integrante. Em 1987, foi liberada a saída do Krav Magá para fora de Israel.
     Em 1990, o primeiro faixa preta saiu de Israel para difundir o Krav Magá: Mestre Kobi chega ao Brasil, como o único representante da arte na América do Sul.
Treinado pelo Mestre Kobi, o instrutor Carlos Gustavo, um de seus melhores discípulos, chegou a Aracaju em março de 2011 com a missão de difundir a prática do Krav Magá em Sergipe. No mesmo mês, Carlos Gustavo formou a sua primeira turma após aula-demonstração realizada na Academia Sport Connection, e desde então vem buscando manter o trabalho de ensinar a filosofia e os conceitos da arte aos seus praticantes.
     Atualmente, as aulas são ministradas na Academia Paulo Bedeu Express, de segunda à quinta, nos horários das 6h as 7h da manhã, e 18:30h as 19:30h, 19:30h as 20:30h e 20:30 as 21:30h da noite.
      A Federação Sul Americana de Krav Magá faz ainda um importante alerta a todos os interessados em praticar a técnica de defesa pessoal israelense: Verifique a formação do Instrutor! Praticantes de artes marciais se intitulam instrutores de Krav Magá após poucas aulas, um perigo para os alunos, uma ameaça para a sociedade. Somente a Federação Sul Americana de Krav Magá forma instrutores capacitados no Brasil, e o faz de forma séria.  Garanta a segurança e a qualidade técnica que você merece, treine somente com instrutores formados pela Federação.  Krav Magá é uma marca registrada e somente pode ser usada sob licença da Federação Sul Americana de Krav Magá com sede no Rio de Janeiro-RJ.

OBS: Para que o trabalho de divulgação desta técnica de defesa pessoal (a única reconhecida oficialmente no mundo) continue, conto com os colegas editores, produtores e radialistas para que abram agenda de entrevistas para o instrutor Carlos Gustavo.

Oswaldo Vilela
Aluno da 1ª turma de Krav Magá em Sergipe
Assessor de Comunicação do Instrutor Carlos Gustavo
DRT - 1554

 Instrutor Carlos Gustavo

 Mestre Imi Lichtenfeld


Mestre Kobi

sexta-feira, 17 de maio de 2013

"PT CONTINUA SENDO PARTIDO QUE COMPREENDE AS CONTRADIÇÕES DO TEMPO"

Professor e militante político +Cássio Murilo Costa faz uma análise sobre os 10 anos de governos do PT no Brasil e ressalta que o país, após este período, "continua combatendo as suas desigualdades raciais e sociais", com diferencial de as ter transformado em política de Estado"; ele critica o projeto de poder da direita: "há muitos problemas para serem resolvidos no país, mas devem ser resolvidos com a sensibilidade e a inteligência do seu povo, assim, sou muito cético em relação a uma alternativa de direita hoje"

 - Texto extraído do jornal digital Sergipe 247 - 

O Alfaiate de Ulm e o Decênio do Governo do PT

Há um poema de Brecht “O alfaiate de Ulm” que se refere a um certo alfaiate do século XVI e à sua ideia obsessiva de voar. Acreditando ter conseguido fabricar o aparelho perfeito subiu no telhado da igreja se projetou sobre o ar e... se espatifou no chão. Reproduzo aqui a ultima estrofe.

“Façam tocar os sinos
Aquilo foi invenção
Voar só para os pássaros
Disse o bispo aos meninos
Os homens nunca voarão”

Encontro neste poema a resposta para um dilema atávico nos debates políticos sobre a sociedade brasileira e as suas desigualdades. Havia um tropismo que afirmava que a concentração de renda, a pobreza e a miséria de milhões de brasileiros pouco provavelmente acabariam entre nós por serem algo que fazia parte de nossa História. Esse discurso foi sempre muito hegemônico entre nós, em síntese, um modo de “naturalização” e legitimação dos nossos males sociais.

Aproveito as comemorações do decênio do Partido dos Trabalhadores no Governo Federal para reiterar como o partido e o bloco histórico de aliados puderam fazer milhões de brasileiros e brasileiras terem capacidade de quebrar um tabu histórico graças a uma lógica de inversão de prioridades das políticas públicas no país.

O PT nasceu sob o signo das lutas democráticas, da mobilização dos trabalhadores e não ficou imune às contradições da sociedade de onde nasceu. Uma vez no Governo o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma cumpriram um programa mínimo e uma agenda estratégica ancorados nos princípios de inclusão pelos direitos e pela renda, daí resultaram: aperfeiçoamento da democracia; politica de valorização do salário mínimo, que no início de 2003 era de 76,92 dólares, (segundo dados do IPEA/IBGE/Banco Central) para pouco mais de 335 dólares em 2013; diminuição da desigualdade social do país com mais de 40 milhões de pessoas saindo da linha de pobreza para a chamada nova classe média, que prefiro chamar, à maneira de alguns sociólogos, de nova classe trabalhadora; reconhecimento das Centrais Sindicais e a transformação de demandas sociais em políticas públicas para os trabalhadores, inclusive criando 19 milhões e 300 mil de empregos, uma situação de quase pleno emprego, devendo-se também levar em consideração que a taxa de desocupação é de 5,7% em março de 2013, de acordo com o IBGE; criação de um mercado interno de massas pulsante, forte e que ajuda a manter nossa economia ainda sólida, não obstante uma crise internacional que dura anos, e do atual perigo inflacionário; acrescido a isso uma política externa soberana que nos catapultou para inclusão no BRICS e nos tornarmos uma das maiores referências como liderança da America Latina.

O Brasil que emerge dos últimos 10 anos é o país que continua combatendo as suas desigualdades raciais e sociais e as transformou em política de Estado, como bem afirmou a presidenta Dilma Rousseff num artigo da Folha de São Paulo de 30 de dezembro de 2012. Nos últimos dois anos, aprofundando as transformações reais pelas quais o Brasil está passando, as políticas públicas de transferência de renda, de educação e saúde têm sido guiadas pela lógica da inclusão de milhões de brasileiros que se encontram em miséria extrema. Esse capítulo deverá ser longo, dadas as barreiras históricas impingidas a pessoas que vivem em bolsões que lembram as condições humanas ainda do século XIX, seja nas grandes aglomerações urbanas ou nos rincões mais longínquos do país.

Essa transformação, essa revolução sem armas criou uma situação inusitada no Brasil, hoje nós temos uma direita apocalíptica que, sem visualizar um projeto que faça o contraponto – as teses neoliberais de estado mínimo e de desregulamentação da economia foram responsáveis pela atual crise mundial e pelos indicadores sociais negativos do Brasil na década passada – passa a trabalhar com a hipótese da crítica moralista, do denuncismo e de um puritanismo de vestal fundamentalista que beira uma linha de raciocínio apoucada. Hoje, como em 2010 a disputa é polarizada, parece não existir espaço para terceira via, qualquer força que surja e proponha uma relativização entre as diferenças programáticas dos dois campos, o progressista e o conservador, cometerá um erro estratégico e tático de fazer o jogo da direita, prática defendida hoje por setores que respondem por uma visão alternativa do campo democrático-popular e por um suposto espólio do PT que fazem uma crítica focada na descaracterização do partido.

A direita não faz exatamente política. Do nosso ângulo pensamos ser ruim a ideia de pensamento único, muito confortável para as ditaduras, portanto, acredito que deveriam se reorganizar e pautar uma agenda estratégica para o país, um aggiornamento sem fazer tábula rasa do ultimo decênio. Há muitos problemas para serem resolvidos no país, mas devem ser resolvidos com a sensibilidade e a inteligência do seu povo, assim, sou muito cético em relação a uma alternativa de direita hoje.

Põe outro lado, o Partido dos Trabalhadores continua sendo um partido que compreende as contradições do seu tempo. E se o que se permite avaliar a história de um partido é o teste do poder, o partido tem desempenhado bem o seu papel. Um papel que resgata o Estado como indutor de políticas públicas e serve como instrumento de transformação e de mudança na vida de milhões de brasileiros e brasileiras.